Fígado – Órgão Responsável pelo Detox do Corpo

Características

Funções

Particularidades

Vulnerabilidades

 

Características:

  1. Dimensões e Localização

Esse órgão está localizado na região superior da cavidade abdominal, abaixo do diafragma e do lado direito, com a forma de um cone, apresenta coloração marrom avermelhada e pesa, em média, 1,5 kg.

Sua localização “estratégica” em relação ao suprimento de alimentos através da veia porta e os padrões únicos de expressão de genes e proteínas dos hepatócitos (as principais células funcionais do fígado) permitem que funcione como uma defesa bioquímica contra produtos químicos tóxicos que entram através dos alimentos e como reprocessador de ingredientes alimentares absorvidos.

  1. Composição

Maior órgão sólido do corpo humano, devido a sua alta atividade metabólica recebe cerca de 25% do sangue distribuído pelo coração. Recebe sangue arterial das artérias hepáticas e venoso da veia porta.  Dividido anatomicamente em oito segmentos, conforme classificação proposta por Claude Couinaud, cada um deles com irrigação sanguínea e drenagem venosa própria.

O tipo de célula mais frequente no fígado chama-se hepatócito, que corresponde a 80% do órgão.

Os hepatócitos

São células consideradas de longa duração que se renovam a cada cinco meses em média, período que pode ser encurtado em casos de processos regenerativos desencadeados por agressões agudas ou crônicas ou ressecções.

Os Hepatócitos são células poliédricas, hexagonais, cerca de 25% pode ser binucleada e a maioria dos núcleos contém o dobro de material genético (DNA) em relação às células convencionais, o que explica sua propriedade de proliferação rápida.

Cada hepatócito contém 800 a 1000 mitocôndrias e 50 complexos de Golgi, envolvidos com produção de energia e de proteínas.

Funções:

Os hepatócitos parecem ter funções diferentes conforme sua posição no fígado, periférica ou central, mais próximo dos espaços porta ou das veias centrolobulares, sendo os periféricos armazenadores e os centrais excretores.

O metabolismo do hepatócito é complexo e intenso, sendo identificadas cerca de 500 funções, as mais conhecidas são:

  1. Digestão de gorduras / Produção de Bile

A bile é um fluido crítico para a digestão e absorção de gorduras no intestino delgado.

  1. Armazenamento e liberação de glicose

O fígado remove o excesso de glicose (açúcar) da corrente sanguínea e a armazena como glicogênio. Conforme necessário, ele pode converter o glicogênio de volta em glicose. Essa é uma maneira de armazenar e mobilizar energia.

  1. Produção de proteínas

A albumina é uma proteína que impede que os fluidos da corrente sanguínea vazem para o tecido circundante. Também transporta hormônios, vitaminas e enzimas pelo corpo.

A produção de proteínas depende dos aminoácidos. O fígado garante que os níveis de aminoácidos na corrente sanguínea permaneçam saudáveis, regulando esses níveis.

  1. Eliminação de toxinas

Todo o sangue que sai do estômago e dos intestinos passa pelo fígado, que remove toxinas, subprodutos e outras substâncias nocivas, funcionando com um filtro do sangue.

  1. Síntese de colesterol

Os hepatócitos fazem a síntese de colesterol e outros lipídeos e seu armazenamento na forma de triglicerídeos ou ácidos graxos.

  1. Armazenamento de vitaminas e minerais

O fígado armazena quantidades significativas de vitaminas A, D, E, K e B12, bem como ferro e cobre.

  1. Regulação da coagulação sanguínea

Os coagulantes da coagulação do sangue são criados com a vitamina K, que só pode ser absorvida com a ajuda da bile, um fluido que o fígado produz.

  1. Transformação de amônia em ureia

Transformação de bioprodutos em uréia para ser eliminada pelos rins.

  1. Metabolismo de medicamentos

Detoxificação de medicamentos, álcool, drogas e outras substâncias químicas.

  1. Destruição de microrganismos

Como parte do processo de filtragem, o fígado também remove as bactérias da corrente sanguínea, ajudando o organismo a resistir às infecções.

Particularidades:

  1. Filtro do corpo

Quando o fígado decompõe substâncias nocivas, seus subprodutos são excretados na bile ou no sangue. Os subprodutos da bile entram no intestino e saem do corpo na forma de fezes. Os subprodutos do sangue são filtrados pelos rins e deixam o corpo na forma de urina.

  1. Regeneração

O fígado possui uma capacidade fenomenal de regeneração. Esse processo permite que o fígado recupere a massa perdida sem comprometer a viabilidade de todo o organismo.

Modelos de recolonização hepática demonstraram que os hepatócitos possuem uma capacidade regenerativa ilimitada.

Por outro lado, a perda crônica de hepatócitos, que pode ocorrer na doença hepática crônica de qualquer etiologia, frequentemente tem consequências adversas, incluindo fibrose, cirrose e neoplasia hepática. As atividades regenerativas de hepatócitos e colangiócitos são tipicamente caracterizadas por fidelidade fenotípica. Se a proliferação de hepatócitos ou colangiócitos – células que dão origem aos ductos biliares, responsáveis por drenar a bílis para fora do fígado –  estiver seriamente prejudicada, cada um dos dois tipos de células pode se transdiferenciar (tanto os hepatócitos podem transformar-se em colangiócitos, quanto os colangiócitos podem transformar-se em hepatócitos) e funcionar como uma célula-tronco facultativa.

  1. Essencial para o funcionamento do Cérebro

Como um importante regulador dos níveis plasmáticos de glicose e amônia, o fígado é essencial para o funcionamento ideal do cérebro. A perda da função hepática leva à “encefalopatia hepática” crônica e, eventualmente, ao coma.

Vulnerabilidades:

  1. Doenças Crônicas do Fígado

As doenças crônicas do fígado são um problema de saúde pública mundial. Dados atuais demonstram que existe cerca de 2,333 milhões de pessoas com Hepatite Cirrose Hepática (CH) no Brasil, devido principalmente as Hepatites B e C, Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), também conhecida como Esteatose Hepática ou popularmente chamada de Gordura no Fígado e Doença Alcoólica do Fígado (DAF).

A Cirrose Hepática é o principal fator de risco para Carcinoma Hepatocelular (CHC) – um tipo de câncer primário de fígado que acomete anualmente 2%-5% das pessoas com Cirrose Hepática.

  1. Doenças do Fígado são Silenciosas

O Fígado não possui nervos em sua parte interna, por isso ele não dói, entretanto,  a cápsula que envolve o fígado é coberta de nervos e quando o órgão aumenta de tamanho por alguma doença ou surge um tumor, eles distendem essa cápsula, e então aparecem as dores.

Esse é um dos motivos pelo qual dizemos que as doenças do fígado são silenciosas, quando surgem sintomas,  a doença do fígado já está em estado avançado, ou ainda, pode ter aparecido um tumor, benigno ou maligno.

Outro fator, é que as doenças associadas ao Fígado, em geral, evoluem lentamente por anos, sem que haja qualquer sintoma ou aparente anormalidade no funcionamento do Fígado, quando esses sintomas surgem a progressão da doença se acelera, podendo tomar o fígado inteiro em questão de meses.

  1. Regeneração

A perda de hepatócitos que ocorre em doenças hepáticas crônicas desencadeia a proliferação compensatória dos hepatócitos sobreviventes e os expõe a lesões potencialmente genotóxicas (capacidade de alguns agentes químicos de danificar a informação genética no interior de uma célula, causando mutações) que podem levar à neoplasia (tumor), que pode ser benigno ou maligno (câncer).

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